O dia não poderia ser melhor. Meu time ganhou o jogo da noite anterior, apresentei um tremendo relatório para meus diretores e consegui uma inesperada promoção, minha equipe bateu todas as metas do mês e eu tinha recebido como prêmio, um BlackBerry novinho. Quando isso acontece, ou você tem sangue de barata, ou sai pra comemorar, e eu não tenho sangue de barata.
Sou um cara sociável. Esse papo de que algumas vezes a gente precisa ficar um tempo sozinho, comigo não funciona. Gosto de gente por perto e minha veia rocker me faz naturalmente elétrico, e quando eu comemoro, comemoro mesmo, e aquela era a hora!
Aliciei meia dúzia de comparsas e fomos para a noite. Muito perto de onde estávamos havia um pub muito legal, boa música, boa bebida, gente bonita e uma mesa de snooker. Era o cenário perfeito para tudo que eu precisava.
Não sou muito chegado em cerveja, mas o entusiasmo dos meus colegas quando pediram grandes canecas de chopp, era tão grande que acabei indo no embalo. Tomei umas duas ou três canecas, e acredite, para mim, aquilo foi um feito histórico, meu negócio é whisky, cerveja me derruba fácil. Tanto que eu nunca entendi como alguém consegue beber cerveja a noite toda. Devem ter as pernas ocas, e o liquido vai para lá. Sei lá!! De qualquer forma, tomei mais algumas doses de um maravilhoso e inebriante Buchannans 12 anos, sem gelo.
A música estava fantástica, o papo intenso e como era de costume, perdi todas as partidas de snooker que joguei. Nem sei por que insisto!! Mas em um determinado momento da noite, percebi que minha consciência já estava alterada. Acho que foi quando o cantor da banda pediu para eu saísse do palco e o deixasse voltar!! Deve ter sido isso. Também, ninguém mandou ele não tocar Raul, quando a galera pediu!! (Músicos. Toquem sempre Raul, quando suas platéias pedirem).
Saí do palco já sem sentir meus pés, com o pessoal me aplaudindo... Ou vaiando... Sei lá, fiz meu show. E foi nesse momento que a coisa toda começou. Percebi que a mistura daquele monte de chopp com o whisky tinha desencadeado uma necessidade enorme e imediata de ir ao banheiro. Número 1, já no limite.
Achei rapidinho o banheiro, mirei o primeiro vaso sanitário, e fui para lá. Assim que a ação se iniciou, percebi que seria um tanto demorado, diante da quantidade de liquido que precisava ser eliminado. Sendo assim, relaxei. Tudo seria muito normal e sem nenhum problema, não fosse o novo BlackBerry que eu ganhei. Alguém que não deveria ter mais nada pra fazer na vida, cismou de me ligar exatamente naquela hora, e meus amigos, aquele aparelhinho tocava muito alto e vibrava intensamente.
Então façamos um breve estudo. Cara bêbado, feliz da vida, no banheiro, em dia de comemoração. O que acontece se inesperadamente, um maldito celular toca e vibra ao mesmo tempo? O óbvio!!! Um tremendo susto. Mas pensem em um susto MUITOOOOO grande. Pois foi assim. Agora relacionem esse susto com uma consciência alterada e eu fazendo, nada mais nada menos que o número 1!!! Pensaram?
O banheiro ficou todo lavado, e não era de água e sabão.
Imediatamente olhei para os lados, e de praxe tinha muita gente por perto. Por sorte não atingi ninguém, mas a cena foi tão bizarra que todos estavam rindo da minha cara. Eu, e o meu ‘amigo’, saímos de lá muito envergonhados e de cabeça baixa!!!
Moral da história: Nunca misture whisky e cerveja se estiver jogando snooker, tentar ser o Raul Seixas da noite pode não agradar a platéia... E se tiver ganho o tão sonhado Blackberry, não leve o brinquedinho ao banheiro!!! Você corre o risco de sair como o ‘bobo’ do bar!!!
By the way. Liguei depois para o numero que me chamou, e descobri que era engano!!!
Nino Albano é Diretor de Planejamento da HDI Brasil...
Admirador da noite e das criaturas noturnas, que nas horas vagas decide nos entreter com seu bom humor...
Obrigada querido!!!
Beijos
Taty
Muito boa a história! fiquei imaginando a cena!! hahahahahha
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